O Cemitério Maldito, Stephen King - Filmes&Livros

By Alana Gomes - julho 27, 2016

"I don't want to be buried in a pet sematary, I don't want to live my life again..." The Ramones

Stephen King é realmente o melhor no terror. Eu não sou a maaaais conhecedora desse gênero literário, mas não posso negar a fascinação que tenho nisso. Eu AMO terror. Amo filmes de terror. Filme de terror bobos, antigos, malfeitos, eu gosto de todos. Na real.
Há alguns anos eu assisti "Cemitério Maldito" e meio que já sabia que havia um livro sobre.

O enredo é interessante. Louis Creed é médico e se muda com a família (uma esposa, uma filha e um filho) para uma cidade no Maine a fim de ocupar um cargo numa universidade. Assim que se mudam, Louis faz amizade com um vizinho que teria idade pra ser seu pai, Jud Crandall. Sendo morador do local desde sempre, Jud conta ao médico todas as peculiaridades do local, a estrada perigosa e... o Cemitério de Bichos.
O Cemitério fica num local subindo uma trilha da propriedade de Louis e foi criado e mantido por crianças desde muito tempo. Os animais domésticos são enterrados ali pelas próprias crianças.
Porém, há um segredo além daquele lugar. Após uma trilha sinistra, existe um cemitério indígena misterioso. E é nesse lugar que uma ideia inconcebível acontece: animais mortos são enterrados ali e então... eles voltam à vida. Entretanto, eles voltam diferentes
Louis tem que lidar com os infortúnios da morte... e o poder do cemitério. 
"Um homem planta o que pode.. e cuida do que plantou."


Eu reassisti o filme para poder comparar melhor com o livro (que acabei de ler). O filme é do ano de 1989 e dura mais ou menos uma hora e meia (amo filmes curtos). A história é bem resumida aqui, muitos personagens personagens importantes do livro nem ao menos existem. O tempo curto do filme fez cortar muitos detalhes profundos da história (tenho a mesma decepção com "O Iluminado", a essência de onde vem a maldade ficou inexistente, quem sabe quando eu resenhar este por aqui, eu explico melhor essa ideia). Mesmo assim, o roteiro é MUITO fiel ao livro - exigência do Stephen, que fez até questão de que as gravações fossem feitas no Maine.
E mais: vale dar notas maravilhosas para as risadas sinistras do Gage, o personagem infantil ficou maravilhoso aqui. SÉRIO. Excelentes cenas no final do filme, a emoção de Louis com o filho, achei bem expressivo.
Além das cenas sinistras do cemitério, nota dez de assustador para personagem Zelda, a irmã de Rachel. Que Jesus, dá arrepios! E o mais interessante: um ATOR faz a personagem porque não acharam mulheres esqueléticas o suficiente. Estrelinhas pra essas cenas porque é realmente apavorante.
E eu não preciso dizer que o livro é beeem melhor, preciso? Stephen King descreve tudo muito bem, monta a cena perfeitamente, a história toda se completa sem um único um furo. É super maravilhoso ler. Eu me demorei uns dias lendo, saboreando, indo dormir pensando "E agora? O que ele vai fazer? O que vai acontecer?". A típica história que te prende e faz parte do teu dia, quando você não vê a hora de parar tudo, correr pra leitura e fazer parte da história do Pet Sematary. 

E o melhor dos personagens do King é que eu sempre acho eles tããão humanos. Não são idealizados, não são perfeitos, mas mesmo assim você gosta deles, você sente que eles são boas pessoas (os que devem ser, né?).
Louis é extremamente dedicado, tem uma família adorável (te amo, Louis). A descrição do quanto o ambiente sobrenatural influencia as pessoas ao máximo. Eu não consigo deixar de imaginar isso:

"Alguma coisa estava se aproximando. (...) Louis parou completamente, atento ao ruído... ao inevitável ruído de aproximação. (...) De algum lugar nas vizinhanças, e cada vez mais perto dele, os arbustos vinham se rompendo. Ouvia o estalar da vegetação sob a pressão de pés inconcebivelmente grandes. (...) Não importa o que fosse, era imenso. (...) Viu alguma coisa. A névoa desenhou momentaneamente um contorno cinza-azulado, mas aquela forma difusa, mal definida, tinha quase vinte metros de altura. Não era um sombra, não parecia um fantasma sem substância, podia sentir o deslocamento do ar à sua passagem, podia ouvir o baque gigantesco de seus pés, a sucção do lodo à medida que eles avançavam. Por um instante, acreditou ter visto duas centelhas amarelo-alaranjadas no alto. Centelhas como olhos."  

Sem falar nas referências de Ramones no livro inteiro! Louis está constantemente pensando "hey ho, let's go" e chega até mesmo a se registrar como Dee Dee Ramone num motel. A banda homenageou o escritor, que obviamente é fã declarado deles, com uma música temática da história. E, aliás, ela foi utilizada nos créditos finais do filme. Todos conhecem essa música, não é? Sim? Se não, clique aqui.
E em uma das principais cenas, o motorista do caminhão está escutando... (o que? o que?) Ramones!

NÃO QUERO ME DESFAZER DESSE LIIIVRO!!!

Ok, não esqueçam, ramigos: um homem planta o que pode... e cuida do que plantou.

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1 Comments

  1. Olá. Obrigada por compartilhar a dica. Eu vou ler porque eu gosto da sua obra. Por certo acabo de ver o trailer da adaptação de um dos seus livros, na verdade parece muito bom. Li faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. O filme A Torre Negra parece bom. Li mais informação e sem dúvida teve uma grande equipe de produção. A história é muito interessante, realmente a recomendo. Espero que seja umas das melhores adaptações para ver, a historia é interessante e parece levar um bom ritmo.

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