Resenha: Loney, de Andrew Michael Hurley

By Alana Gomes - julho 13, 2016


Preparem-se, Loney é polêmico.
Este é o primeiro romance de Andrew Michael Hurley. Ou seja, o querido veio do além e foi vencedor do 2015 Costa Books Awards First Novel Award. Uhh, melhor escritorzinho.

Esse livro é lançamento da Intríseca e eu apenas tive que ler.
Eu não leio livros de terror há muito tempo, mas eu posso dizer que virou um gênero queridinho.

O livro contado em primeira pessoa começa com o tempo presente, quando encontram uma ossada de criança no lugar chamado Loney. Smith conta suas memórias de quando sua família e um grupo da igreja viajavam a uma casa na região do Loney, onde sempre visitavam um tipo de templo cristão que possuía uma fonte que acreditavam ser milagrosa. Smith comenta no início do livro sobre uma foto do irmão Hanny com sua esposa e filhos. Mas nas páginas seguintes, quando ele começa a contar a época passada, compreendemos que este irmão na verdade tinha uma enfermidade que o tornava incapaz de falar, com um atraso de desenvolvimento mental. O que aconteceu no lugar, o que tornou o irmão curado o suficiente pra ter uma família, que tipo de coisa horrenda aconteceu e se ele tem alguma informação sobre a ossada... Bom, vamos ler e descobrir, né? 

Eu sempre evito ler resenhas dos livros antes de lê-los. Quanto menos eu souber do livro melhor. Porém, ainda assim deu uma lida rápida em algumas coisas do skoob e vi muita gente achando ruim porque era muito enrolado, muito longo, narrativa arrastada etc.
Não achei nada disso. Loney realmente tem uma narrativa cheia de detalhes, mas num ritmo interessante. Não é o tipo de livro que te faz desistir, pelo contrário, ele narra fatos e fatos numa sequencia ótima.
Também vi que reclamaram da passagem de tempo. Às vezes o narrador está contando os fatos pretéritos e no parágrafo seguinte é o tempo atual. Isso não é realmente tão confuso, é tranquilo identificar essas passagens temporais e achei até charmosinho - tipo quando você pausa a história pra comentar o que você está fazendo no momento atual.

E claro, o mais lindo e maravilhoso de Loney são as descrições. Eu consegui visualizar todo o livro naquele tom de chuva, cinza, névoa e escuridão. São tons de cinza, uma lembrança sem cor, de um lugar sem cor.

O extremismo religioso, inocência, responsabilidade, taaantos temas magníficos! Mais uma vez, eu fã de personagens humanos e mais com cara de reais. 
Não existe exatamente um terror como eu imaginava. Não existe algo tão dinâmico, digamos assim. Todo o terror está focado na memória sombria que o protagonista tem que carregar. E foi exatamente dessa forma, que esse livro me cativou, foi isso que tornou ele especial pra mim. Que tornou ele único. O peso, o terror de uma memória. E claro... o terror do que aconteceu.

Desta forma, ramigos... Fica a dica. Loney tocou meu coração, ainda que fosse completamente diferente do que eu imaginava.

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1 Comments

  1. Já quero esse livro.
    Entrará na minha lista de compra agora mesmo.

    Estou lendo um bem sombrio também.. mas acho que não chega a ser como esse.. Esse parece ser tenso. rs

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